"A Noiva Cigana" de Carmen Mola
Informações do livro:
Nome: A Noiva Cigana
Autora: Carmen Mola
Páginas: 368
Editor: Suma de Letras
Temática: Policial
Agradeço à editora a cedência do exemplar.
Sinopse: Susana Macaya, filha de pai cigano mas educada fora da comunidade, desaparece depois da sua despedida de solteira. O corpo é encontrado dois dias depois na Quinta de Vista Alegre no bairro madrileno de Carabanchel. Poderia ser mais um homicídio, não fosse o facto de a vítima ter sido torturada na sequência de um ritual inusitado e atroz e de a sua irmã, Lara, ter sofrido o mesmo destino sete anos antes, também na véspera do casamento. O assassino de Lara cumpre pena desde então, pelo que há apenas duas possibilidades: ou alguém imitou os seus métodos para matar a irmã ou há um inocente encarcerado. Investigar uma pessoa implica conhecê-la, descobrir os seus segredos e contradições, a sua história. No caso de Lara e Susana, a detective Elena Blanco deve olhar para a vida de alguns ciganos que renunciaram aos seus costumes para se integrarem na sociedade, e de outros que não lhes perdoam, e levantar cada véu para descobrir quem poderia vingar-se com tanta crueldade de ambas as noivas ciganas.
Opinião: Mais do que um policial, este é um livro que nos faz refletir acerca da mente humana e dos traumas do passado. Susana, uma jovem cigana, está prestes a casar. Depois da sua despedida de solteira, a caminho de casa, é raptada. Dias depois aparece morta nas mesmas circunstâncias em que a sua irmã, Lara, fora morta sete anos antes. O intrigante é que o assassino de Lara se encontra preso. Será um imitador? Ou será que o assassino de Lara sempre esteve à solta? Elena, a detetive que fica encarregue de chefiar o caso, depara-se com um dos casos mais tenebrosos da sua carreira, dadas as circunstâncias em que este homicídio ocorreu. É um livro com descrições fortes e, em certa medida, de causar náuseas aos mais sensíveis. Neste policial temos a típica inspetora, no caso, Elena, que enfrenta todo um passado que a atormenta que, em certa medida, acaba por se emaranhar no caso da morte da cigana. A autora, habilmente, criou um clima de suspense ao longo dos capítulos, fazendo com o que leitor tenha uma leitura compulsiva. Mais do que investigar um homícidio hediondo, Elena depara-se com a monstruosidade da mente humana, a dimensão dos traumas e as consequências que estes podem trazer. Fala de lealdade, de injustiça, de perversão. É um policial macabro. Escusado será dizer que fiquei fã da Elena... É uma mulher que bebe grapa e canta karaoke, mas que, lá no fundo, fá-lo para não se assombrar com o passado. Se todo o livro foi bom logo desde o primeiro capítulo, o desfecho é tudo menos o que o leitor espera. A autora faz-nos suspeitar de diferentes personagens em certos momentos, porém, eu, como leitora, jamais imaginaria aquele final e fui agradavelmente surpreendida. Não é só a identidade do assassino e as motivações desteque surpreende... O último capítulo é sinistro e abre portas a um segundo livro que eu aguardo ansiosamente! Atribuo 5 estrelas, sendo um dos meus policiais preferidos... e eu que já li muitos!